sábado, 26 de setembro de 2009

Os Filodramáticos


O início da industrialização acelerou o movimento de imigração estrangeira na sua maior parte – italianos e espanhóis – que vão formar a classe operária brasileira. Os imigrantes introduziram no país a ideologia anarquista. Uma das maneiras de divulgar suas idéias foi a utilização da atividade teatral. Formaram-se grupos de teatro amador que ficaram conhecidos como Filodramáticos. Por traz dessa iniciativa existia a necessidade de preservação dos costumes. Alguns grupos faziam de seu teatro um veículo de transmissão de suas culturas, poucos achavam que era diversão. Nesses espetáculos, atores e autores (sapateiros, alfaiates, costureiras, etc.) viveram horas diante de uma platéia atenta e participante – uma sociedade justa e solidária. Desse teatro devem ser lembrados os nomes de Itália Fausta e Lélia Abramo.
A deflagração da 1ª grande guerra (1914 – 1918) interrompeu a atuação das companhias estrangeiras. Isolado dos centros culturais o Brasil teve que abrir caminhos por conta própria, tudo aquilo que é nacional passa a ser valorizado. Os poucos dramaturgos passaram a explorar por mais de duas décadas, temas brasileiros, nesse período destacam-se duas peças: Flores de Sombra, de Cláudio de Souza e Onde Canta o Sabiá de Gastão Tojeiro. A comédia de Armando Gonzaga também está presente em: Ministro do Supremo e Cala a Boca Etelvina. Surgem as companhias estáveis que se constituem de profissionais: Procópio Ferreira que estreava como ator em 1917, forma sua própria companhia de teatro. Seguem-se Jaime Costa, Dulcina de Morais, Odilon Azevedo, Abigail Maia, Leopoldo Fróes. Algumas não quiseram ou não puderam renovar-se esteticamente. Durante várias décadas as companhias de Nino Nelo e Sebastião Arruda conservaram-se fiéis ao mesmo estilo para manterem a fidelidade de seu público. São companhias que tem sempre o mesmo cenário, o mesmo repertório e sempre que possível o mesmo elenco. O estrelismo marcou esse período.

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